Nos
playgrounds, também é alta a incidência de acidentes, principalmente quedas do
escorregador e trombadas no balanço. “É preciso prevenir com a presença de um
adulto cuidando das crianças”, acredita o capitão Eduardo Boanerges, coordenador
da Força Tarefa e do Serviço de Resgate do Corpo de Bombeiros de São Paulo. Ao
realizar os primeiros socorros numa criança acidentada, é preciso obedecer a uma
seqüência de observações. “O primeiro passo é fazer a liberação das vias aéreas,
retirando chiclete ou bala da boca, por exemplo, e a contenção da coluna
cervical, ou seja, evitar que ela mexa o pescoço. Depois, observa-se a
respiração e a freqüência cardíaca”, orienta o médico intensivista Ricardo
Vanzetto, do Serviço de Resgate do Corpo de Bombeiros. Na opinião do médico, não
se deve esperar o resgate chegar para fazer esse primeiro atendimento. “Enquanto
uma ou duas pessoas estão dando esse cuidado inicial, outra telefona para o
193”, diz. Os traumas em crianças no playground, são mais comuns, segundo o
médico, na faixa etária entre 8 e 12 anos. Nessa idade, normalmente elas estão
sem a supervisão de um adulto e gostam de brincadeiras mais ousadas.
Mas, geralmente, são os incêndios que causam ferimentos mais graves, tanto em
crianças como em adultos. O Corpo de Bombeiros atende de 66 a 70 incêndios por
dia na Capital. “Cerca de 50% desse número é causado por panela esquecida no
fogo, o que é muito comum em apartamentos”, conta o capitão Boanerges. Ao dar o
primeiro atendimento a uma pessoa queimada, é essencial perceber se ela é um
pequeno ou grande queimado. “Um pequeno queimado é o que tem até 10% do corpo
atingido. Então, pode-se tratá-lo em casa, lavando bem o local com água e
aplicando produtos apropriados para queimaduras. Porém, se a queimadura for na
face ou na genitália, recomenda-se levar para um pronto-socorro”, explica o
bombeiro. No caso de um grande queimado, dê bastante líquido enquanto o socorro
não chega. Cubra a pessoa com sacos plásticos (como os de lixo), cortados como
um lençol. “O plástico não gruda nas feridas e funciona como barreira para o
vento. Não tente tirar a roupa do queimado, porque ela tende a estar fundida com
a pele. Isso só se faz com aparelhos cirúrgicos”, orienta o capitão Boanerges,
com a autoridade de quem é bombeiro há 31 anos e trabalhou em incêndios como o
do Edifício Joelma.